Mal-estar docente – O que fazer para ajudar a saúde de nossos professores?
Faltas consecutivas, atestados e até afastamentos: a realidade do ensino no Brasil acaba por colocar a profissão de professor entre as mais desgastantes e entre as mais propensas a atrair doenças. Isso porque ele vive sob constante estado de alerta, elevando os níveis de estresse, de tensão nos músculos, de agressão às cordas vocais e de cansaço por conta das longas horas de pé lecionando.
Some a isso, ainda, uma classe indisciplinada, exigente e barulhenta, como ocorre com frequência. O resultado é um desgaste físico e mental que, muitas vezes, leva o corpo ao colapso, gerando as chamadas doenças funcionais.
Ou seja, são doenças que acometem aos professores, relacionadas diretamente a determinados fatores do trabalho. O fato tem gerado a atenção de pesquisadores.
Só no Estado de São Paulo, 21 aulas por ano deixam de ser dadas por conta das faltas dos mestres em licenças de saúde. Quase dois milhões de faltas foram atribuídas aos mesmos motivos na rede municipal, sendo que metade do número foi por problemas médicos no ano de 2013.
Outras doenças comuns entre professores é na laringe e nas cordas vocais, perda auditiva, bursites, rinite e sinusite crônica, liderando os motivos para afastamento. Mas há doenças mais silenciosas, como a depressão, que aparecem graças à cobrança excessiva da sociedade, ao baixo valor que o governo dá para a Educação a aos ambientes tensos na sala de aula. O impacto na qualidade do ensino dos alunos por conta das faltas e das doenças dos professores é grande.
Acredita que é preciso que as instituições de ensino dimensionem e busquem soluções adequadas para esse fato? Veja como há boas práticas que podem atenuar esses riscos!
Redução do número de alunos por turma
Quanto maior — e mais agitada — uma turma, maior a propensão de estresse para o professor para controlá-la. Além disso, quando há excesso de alunos em uma única classe, o trabalho para a correção de provas e para a aplicação da matéria é dobrado, sobrecarregando o profissional.
Mais tempo para a hora-atividade
O período em que o professor se dedica às pesquisas e à preparação de aulas pode ser estendido a fim de evitar a fadiga. Quem ganha são os alunos, que recebem uma aula mais focada em suas necessidades, mais atualizada e mais interessante!
Fiscalizar a própria saúde dos professores
A escola deve incentivar o seu corpo docente a se cuidar, promovendo exames periódicos e atentando-se à reincidência de doenças em professores. Caso um profissional tenha a mesma doença repetidas vezes, cabe até muda-lo de função, pois casos extremos resultam em aposentadoria precoce, conforme prevê a Lei 8.112/1990.
Prevenir ainda é o melhor remédio
A distribuição das salas de aula pode ser determinante para evitar o afastamento ou o desencadeamento de situações-limite para certos profissionais. A sensibilidade do gestor da escola deve entrar aí. Turmas tidas como difíceis devem ser ofertadas aos mais experientes.
A alimentação é outro ponto-chave: salgadinhos e refrigerantes devem ser banidos das refeições e o tempo de pausa para o almoço ou para o jantar deve ser respeitado, até mesmo para dar bom exemplo aos alunos sobre um estilo de vida saudável. Estimular caminhadas ou ginásticas laborais entre a equipe da escola pode surtir ótimos efeitos, além de promover a integração do grupo.
Por mais difícil que seja evitar situações extenuantes, atentar-se ao que está ao redor delas ajuda a buscar alternativas para diminuir o impacto físico e emocional ligado à profissão dos professores da sua instituição!
Sua escola desenvolve alguma atividade para diminuir o estresse docente? Compartilhe sua experiência nos comentários!