Como o trânsito nas grandes cidades atrapalha o deslocamento de professores entre unidades escolares
Quando a escola possui duas ou mais unidades, é comum que os professores tenham que se deslocar entre elas para dar aulas – às vezes, no mesmo dia. Desse jeito, a escola acaba enfrentando um dilema. O tempo que os funcionários perdem no trajeto representa prejuízos financeiros para a instituição, mesmo quando ele é necessário. Além disso, o deslocamento frequente também afeta a qualidade de vida dos professores.
Nos centros urbanos, a mobilidade precária é agravada pelo número de veículos nas ruas, principalmente durante os horários de maior movimento – início da manhã, hora do almoço e final da tarde. Os engarrafamentos já se tornaram parte do cotidiano de muita gente. E o professor corre o risco de perder algumas aulas, pois imprevistos como um acidente na pista podem resultar em atrasos ainda maiores. A situação é pior nas grandes capitais, como o Rio de Janeiro e Salvador, mas outras cidades encaram problemas semelhantes.
Para entender melhor como o tempo gasto nesse descolamento prejudica as atividades dos seus professores, é preciso conhecer a realidade do trânsito nas cidades brasileiras.
Capitais brasileiras entre as mais congestionadas do mundo
A TomTom – uma empresa holandesa de tecnologia de transporte – divulgou em março desse ano uma lista com as dez cidades mais congestionadas do mundo. Entre elas, aparecem três capitais brasileiras.
Foram analisadas 146 cidades de grande porte, em 36 países. O Rio ocupa a terceira posição entre as mais congestionadas, atrás apenas de Istambul, capital da Turquia, e da Cidade do México. Segundo a pesquisa, o carioca perde cem horas do ano preso nos engarrafamentos. Salvador ocupa o quinto lugar, e Recife, o sexto. A lista se refere aos índices de congestionamento ao longo do dia , não apenas durante os horários de pico.
Ainda de acordo com a avaliação, os motoristas do Rio de Janeiro gastam uma média de tempo 51% maior para se deslocar pela cidade, tudo por conta do trânsito. Já em Salvador, o atraso corresponde a um acréscimo de 46%, e 45% em Recife. Para São Paulo, o tempo de percurso é 33% maior.
Trânsito como fator de estresse para os trabalhadores
Além de gerar prejuízos para a escola, que arca com o custo do deslocamento, o trânsito ainda pode se tornar uma fonte de estresse para os professores. Mesmo que hoje em dia lentidão e engarrafamentos sejam considerados um elemento corriqueiro nas cidades de grande e médio porte.
Ficar preso no trânsito é desgastante. Tanto pela demora, quanto pela tensão que o profissional tem que encarar durante o percurso. Quem já se viu nessa situação, sabe o quanto é desagradável. Isso afeta o rendimento de qualquer profissional no trabalho e pode se tornar uma fonte de estresse, já que as horas desperdiçadas no trajeto contribuem para aumentar o cansaço do professor.