Com que frequência devo reciclar os professores da minha escola?
Em uma escola, o maior ativo sem dúvida são os professores. Sem esses profissionais, não há ensino e aprendizado. Justamente pelo fato deles terem essa enorme responsabilidade, a de transmitir conhecimentos, a formação continuada dos docentes é extremamente importante.
Afinal, não adianta uma escola investir em metodologias inovadoras, estar equipada com tecnologia de ponta e o agente que irá fazer a ponte entre esses recursos e o aluno – o professor – estar totalmente ultrapassado, deslocado e até mesmo se sentindo perdido no meio de tanta informação.
Formação continuada: uma necessidade
A empresa de consultoria americana McKinsey, em 2008, promoveu um estudo intitulado “Como os Sistemas Escolares de Melhor Desempenho do Mundo Chegaram ao Topo”, com entrevistas em mais de 20 países, e o resultado não surpreendeu: os melhores índices educacionais estão atrelados a uma política permanente de reciclagem de professores. No Japão, por exemplo, além da promoção de cursos específicos aos docentes, ministrados uma vez ao ano, o governo investe em acompanhamento e atividades em equipe, para que os professores possam trocar experiências, ideias e tirar dúvidas.
No Brasil, os cursos de capacitação e reciclagem de professores são previstos na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). Porém, a lei não menciona a frequência com a qual eles devem ser ministrados. Projeto de Lei em tramitação no Senado sugere um curso de capacitação com duração de 4 meses, a cada 6 anos de prática docente. Parece muito tempo, em um mundo que se atualiza a cada momento. Geralmente as prefeituras e governos estaduais optam por ministrar cursos de capacitação e reciclagem uma vez por ano.
Reciclagem na prática
Uma vez por ano pode ser considerado o período mínimo para reciclagem dos educadores, visto que as práticas pedagógicas, como um todo, são altamente dinâmicas e constantemente atualizadas. Sabemos que o modelo tradicional de lousa e ditado não funciona mais, principalmente na nossa época, em que tudo é movido à tecnologia, além das constantes descobertas psicológicas, que conduzem a novas formas de pensar a respeito das abordagens de aprendizagem.
Para fazer a diferença, algumas escolas têm adotado o sistema de oferecer cursos de capacitação e reciclagem duas vezes ao ano, no início de cada semestre letivo. Esse sistema permite um acompanhamento maior do docente, oferecendo-lhe a direção e a motivação que precisa para iniciar bem o ano letivo, bem como permite um acompanhamento dos resultados do primeiro semestre, oferecendo as diretrizes para bem conduzir as aulas no segundo semestre.
Os cursos devem ser oferecidos de acordo com a proposta pedagógica e a linha de pensamento de cada escola. Muitas vezes o educador não tem o conhecimento necessário a respeito daquele modo específico de trabalhar, como por exemplo a linha construtivista de Piaget, que privilegia a aprendizagem colaborativa e a interação entre os alunos. Um bom curso de reciclagem ajudará o professor a se situar e a trabalhar mais alinhado com a proposta pedagógica da escola.
Professores em constante atualização também são um atrativo para os pais dos alunos, que sabem que seus filhos estarão em contato com as mais modernas e eficazes técnicas pedagógicas, com educadores motivados a ensinar, constantemente monitorados e auxiliados para dar o melhor de si aos alunos.
Assim, todos só têm a ganhar com uma prática de reciclagem de professores mais constante, principalmente os próprios docentes, já que cursos de capacitação valorizam imensamente o currículo de qualquer profissional.
E na sua escola, como tem sido abordada a questão da reciclagem dos professores? Você concorda com o que está sendo feito? Quais são os pontos que podem ser melhorados, para o educador alcançar excelência no ensino? Compartilhe suas experiências!