Por que você deve avaliar os professores de sua escola
Os bons gestores escolares sabem que a manutenção de uma equipe eficiente de professores é um dos aspectos fundamentais para o sucesso do aprendizado e, portanto, para o sucesso da escola. Porém, na hora de avaliar os professores, muitas dúvidas surgem:
Somente um corpo docente forte assegura o sucesso da escola? Qual é a melhor forma de fazer a avaliação para a obtenção de resultados consistentes? Qual deve ser a frequência dessa avaliação? Como conseguir melhorias para profissionais que possam estar abaixo da média dos demais docentes? No post de hoje, falaremos um pouco de cada um desses pontos
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Pesquisas em todo o mundo apontam que o professor é a variável mais significativa no sucesso ou insucesso dos alunos. Há mais de três décadas, comprovou-se que um professor bom ou muito bom contribui de forma significativa para o aprendizado. A partir daí, compreende-se que a avaliação do professor é de extrema importância. A afirmação é de Alexandre Ventura, pesquisador português responsável pela implementação do sistema de avaliação de docentes em Portugal.
Não se pode generalizar, entretanto, contrapõe o especialista. Em sua opinião, é extremamente perigoso estabelecer uma relação direta entre o resultado dos alunos e a qualidade dos professores. A competência dos docentes certamente é um fator que propicia um melhor aprendizado, mas deve ocorrer em conjunto com outras variáveis, assinala.
Sendo assim, a liderança da escola deve, além de avaliar os professores, primeiramente informar-se do seu nível de satisfação em relação ao ambiente de trabalho. Resultados ruins na avaliação podem indicar apenas que eles estão cansados, desmotivados, enfim insatisfeitos com as condições de trabalho oferecidas. Antes de aplicar a avaliação de professores, portanto, o gestor precisa saber identificar quais desses docentes estão de fato simplesmente desatualizados e precisam de um treinamento de reciclagem pedagógica para obter melhorias nessa avaliação.
Equilíbrio de itens
Para que você consiga avaliar os professores de forma justa e eficaz, ainda segundo Ventura, é preciso haver transparência nos seus objetivos para que o docente sinta confiança no encaminhamento do processo. Além disso, não deve se basear em um único aspecto de desempenho.
Ele observa que muitas escolas, para facilitar o processo, escolhem apenas um ou dois parâmetros, como apenas avaliar o plano de aula ou o seu desempenho didático em sala de aula. É preciso incluir mais aspectos, afirma o especialista, sob pena de a avaliação não ser consistente.
A criação de parâmetros de avaliação também deve ser uma preocupação da instituição que avalia o docente. Em função disso, é preciso manter uma mesma frequência entre a realização de um e outro processo de avaliação, que pode ser semestral ou até anual. De acordo com os resultados, também é preciso que esteja previsto um treinamento de reciclagem para docentes que estejam abaixo da média dos demais colegas.
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Quem deve avaliar os professores?
Os modelos internacionais de avaliar os professores não são homogêneos. Na França, a avaliação é feita pela equipe pedagógica da escola. Na Inglaterra, o responsável é o diretor da escola, com a coparticipação de avaliadores externos. Em Portugal, são os próprios professores que avaliam uns aos outros.
Com relação à autoavaliação de cada um dos docentes, Ventura tem uma opinião clara:
A autoavaliação é indispensável. Fazer com que escolas e professores se olhem no espelho e reflitam sobre suas práticas é um ótimo exercício. Ela permite, também, que se desenvolva uma cultura de avaliação, o que ajuda na hora da realização de uma avaliação externa.Alexandre Ventura
No Brasil, a lei nº 10.861, de 2004, criou o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), que determina que toda instituição, pública ou privada, deve constituir uma Comissão Permanente de Avaliação (CPA). O objetivo é conduzir os processos de avaliação internos da instituição, além de sistematizar e prestar as informações solicitadas pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
O feedback é vital
Independentemente do método, o feedback deve fazer parte do sistema de avaliação. No ensino superior brasileiro, quem dá o feedback a cada um dos docentes avaliados é o coordenador do curso. Em todos os casos, porém, apenas entregar o resultado para o professor não é suficiente.
“É preciso ter alguém que trabalhe exclusivamente com esse processo para interpretar os resultados e passá-los para o professor de forma construtiva, para que ele possa aproveitá-los para melhorar o seu desempenho”, aponta o vice-presidente da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (Abave), Robert Verhein.
E você, como está aplicando a avaliação docente em sua escola? Com certeza, você já sabe que um bom professor é o maior diferencial para sua escola obter excelência no ensino, não é mesmo?