Na era dos suportes digitais

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Já faz um tempo que a lista de material escolar não é a mesma. Ao invés de incontáveis livros de diversas matérias, mais vários cadernos ou um fichário grande o suficiente para comportar folhas e folhas escritas, vemos alunos carregando apenas um fino tablet.

É comum tomarmos conhecimento sobre escolas que adotaram o aparelho tecnológico, e até mesmo o Governo e o Ministério da Educação já entraram na era digital.

São inúmeros benefícios, a começar pela redução do peso da mochila. Já fizemos um post anteriormente sobre como pode ser prejudicial a carga transportada pela criança (Mochilas e crianças: uma relação saudável?). Também é importante mencionar a inclusão da criança na era digital, de maneira que se sinta a vontade para manusear aparelhos tecnológicos. Uma vez que saiba utiliza-los, devemos direcionar o conteúdo a ser consumido.

Atualmente há várias empresas que adaptam o conteúdo pedagógico da escola para o tablet ou até mesmo desenvolvem material sob demanda. Uma maneira de atrair e reter a atenção dos estudantes são os aplicativos interativos e em 3D. De maneira simples e ilustrada, é possível fazer um tour pelo corpo humano, simular um laboratório de química ou visualizar o sistema solar. A integração com uma lousa digital permite que o professor faça anotações, intervenções e até mesmo aplique testes, sendo o resultado rapidamente computado. Outra ferramenta que vem para melhorar o aprendizado é o ensino adaptativo, onde um programa após avaliar o aluno identifica quais são suas deficiências. A partir daí o professor dá mais ênfase onde é necessário.

Além do conteúdo didático, é possível implementar jogos educativos, com boa resposta e aderência do nível de ensino Fundamental. Em um ambiente que as crianças assimilam facilmente, é possível criar tarefas que exigem raciocínio lógico, estratégia e até mesmo colaboração do grupo. Mas para que os resultados sejam perceptíveis, há algumas dificuldades a serem enfrentadas no caminho.

Primeiramente, o custo do equipamento é bastante representativo, bem com a conexão de rede no caso dos tablets ligados a internet. O seguro do aparelho contra perda, roubo e danos também é um ponto a ser pensado, ainda mais se o mesmo for de posse da instituição e estiver em uso pelo aluno em caráter de empréstimo.  A formação do professor é imprescindível, já que este comandará a turma a partir do equipamento e muitos deles não têm desenvoltura com aparatos tecnológicos. Há que se tirar o melhor proveito possível. A inserção de conteúdo também tem seu custo e o mesmo deve ser atualizado constantemente.

Outro ponto a ser levantado, é como o aluno vai se comportar diante de tantas novidades. A tentação de se conectar a redes sociais, ver vídeos, ouvir música ou entrar em chats durante a aula, existe.  Cabe aos professores e a direção da escola escolher softwares e aplicativos que ajudem na tarefa de controlar os acessos.

É provável que os livros impressos não deixem de ser usados. Há vários argumentos sobre a interação com o papel, o ato de folhear, de manusear e o foco no conteúdo, que uma tela de cristal líquido não substitui. Mas não há como ignorarmos que a adoção da tecnologia nas escolas é um caminho sem volta. Basta termos um plano de ensino bem desenhado para estes novos suportes, garantindo que a evolução do aluno ao longo do ano aconteça tal qual ou melhor do que nos moldes anteriores.