Retrato da remuneração dos profissionais de ensino nas principais capitais brasileiras

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O setor de educação está longe de ser ideal no Brasil, e um dos maiores agravantes para esta situação é a remuneração dos profissionais de ensino no país. A baixa remuneração resulta em excesso de trabalho, fazendo com que muitos destes profissionais tenham que alternar entre várias instituições em um único dia para poder ter ganhos um pouco melhores, o que afeta todas as partes envolvidas.

O excesso de trabalho em suas múltiplas jornadas

O índice nacional de profissionais do ensino que atuam em mais de uma instituição é alto e preocupante. Dados do final do ano de 2014 mostram que quase 22% destes trabalhadores passam por jornadas múltiplas, de duas, três ou até mais instituições ao longo da semana, sendo o estado do Rio Grande do Sul, o recordista nacional, com aproximadamente um em cada quatro profissionais nesta situação.

Outros números referentes ao excesso de trabalho também preocupam. A média nacional de tempo em sala de aula, sem contar quaisquer atividades extras, como preparação de aula ou correções de provas e atividades, é de 25 horas semanais, quantidade que é 24% superior a outros países analisados na Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem. Para conseguir algum incremento no salário, muitos profissionais ainda trabalham no período noturno e aos sábados.

Estas jornadas múltiplas e excessivas são prejudiciais não apenas para os docentes, mas também para os alunos, que acabam recebendo aulas com qualidade abaixo do esperado, fruto do cansaço dos profissionais. Além disto, a falta de tempo também pode acarretar em uma desatualização por parte do profissional, que fica sem tempo livre para investir em si próprio.

Remuneração dos profissionais de ensino pelo Brasil e pelo mundo

Quando comparamos os valores médios pagos para os profissionais de ensino no Brasil aos pagos em outros países, vemos claramente o quanto o país está longe de entrar na lista do primeiro mundo. Os países que lideram a lista de melhor média salarial neste setor são Luxemburgo (66 mil dólares por ano), Alemanha (50 mil) e Suíça (49 mil), encontrando-se muito acima da média brasileira, pouco superior aos 10 mil dólares anuais, que fica também muito abaixo da média dos países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que gira em torno dos 29 mil dólares.

Analisando a remuneração dos profissionais da educação no Brasil, notamos que mesmo com o aumento do piso salarial para R$ 1.917,78 mensais em uma jornada de 40 horas semanais, ainda falta valorização para o setor, principalmente se compararmos com a importância do serviço prestado. Segundo o Ministério da Educação, as capitais que têm as melhores médias salariais para este setor são Rio de Janeiro/RJ, próximo aos R$ 3 mil, seguido de Vitória/ES, São Paulo/SP, Campo Grande/MS e Porto Alegre/RS. As capitais que se encontram em situação oposta, e que por vezes sequer pagam o piso, são Fortaleza/CE, Porto Velho/RO, Rio Branco/AC, Salvador/BA e Maceió/AL.

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