Engajamento – Como o gestor escolar cria o envolvimento emocional necessário na equipe para o alcance das metas?

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A Escola bem sucedida não é aquela com maior quantidade de cérebros, mas é aquela com a maior quantidade de cérebros agindo em conjunto. Peter Drucker

Se há um aspecto em que o gestor escolar precisa se aplicar é o desenvolvimento da capacidade de criar relações interpessoais, ouvindo sua equipe e motivando a trabalhar em prol de um propósito (o desejo de fazer o que fazemos para que sirva para algo maior que nós mesmos). “Quando não avaliamos muito bem uma situação e não percebemos valor, escolhemos o não fazer, ou não priorizar. Se algo agrega pouco valor, certamente não será prioridade e fatalmente não teremos vontade para fazer. Vontade é o motivo transformado em força para agir”. (Robson Vitorino – É professor do IBMEC, especialista em Gestão de Pessoas e Liderança).

O gestor de sucesso não apenas toma decisões que lhe são inerentes, mas também providencia para que toda a instituição por ele dirigida tome as decisões também de maneira efetiva. Promovendo o comprometimento coletivo, o gestor encontra em sua equipe aliados para o sucesso da administração escolar.

O envolvimento emocional é o fator que propicia o engajamento da equipe.

Engajar-se vai muito além, de comprometer-se com o que precisa ser feito; trata-se de realizar algo com paixão, ensina Dr. Cyro Martins médico psicanalista e escritor.

Para que o engajamento aconteça, é necessário que o gestor crie um envolvimento emocional capaz de despertar a motivação intrínseca, que está ligada a fatores internos do indivíduo, do seu estilo de vida, dos seus valores, de suas crenças, de seus objetivos e de suas necessidades.

A maioria dos problemas do ser humano deriva da falta de: ousadia, autoestima e autoconfiança. Acredita-se que uma gestão voltada para o desenvolvimento pleno do poder humano, oportunizando o conhecimento e o desenvolvimento do seu eu interior, projetado para o futuro individual, porém imerso no social, futuro esse marcado pela ousadia e não pela acomodação. Possa criar a força motriz necessária para alavancar atitudes que relacionam os sentimentos com aquilo que pensam, fazem e dizem; reconhecendo como os sentimentos afetam o desempenho e aqueles com quem trabalham e convivem. Desenvolver pessoas que conscientes de seus valores e objetivos, assumam compromissos perante a equipe e prestem contas de um modo disciplinado.

O neurocientista português António Damásio fala sobre como as emoções e sentimentos são essenciais ao influenciar a tomada de decisões e moldar a razão humana.

O homem está evoluindo para conciliar a emoção e a razão. Por meio das minhas pesquisas pude perceber a importância das emoções e dos sentimentos na construção do nosso raciocínio.

Mas como manter esse engajamento?

Nessa função, a gestão tem que se envolver nas quatro dimensões que constituem o ser humano: a intelectual, a emocional, a física e a espiritual.

  • Na intelectual, a gestão se esforça por provocar a mente e desenvolver o pensamento, é o momento de compartilhar problemas e ideias, pois um problema ou uma ideia compartilhada com outros, passa ser de um grupo, tornando-se, mais atraente e mais rica. Porém, é importante destacar que a quantidade de boas ideias sempre será maior do que a capacidade de executá-las. A execução parte do foco. Executar multitarefas realmente dificulta nossa capacidade de raciocinar profunda e criativamente, é preciso estar disposto a fazer escolhas difíceis, que separam o que é crucialmente importante de todas as muitas outras meramente importantes no seu cotidiano. Em outras palavras, se o gestor deseja ter foco e que sua equipe tenha alto desempenho, ele precisa ter algo crucialmente importante em que focar.

Para que a mudança ocorra é necessário focar nos comportamentos que alavancam os  resultados esperados.Entre muitas possibilidades talvez seja o desafio mais árduo para líderes  que desejam conquistar suas metas.Definir os comportamentos que precisam ser  transformados para que a meta se torne uma realidade.

  • Na emocional, provocar e canalizar os sentimentos e as emoções, quando uma equipe tem um propósito fortalecido e define os comportamentos que precisam mudar, está fazendo uma aposta estratégica. A equipe acredita que, quando cada um estiver fazendo a sua parte, os resultados serão alcançados, e por causa dessa crença se tornam engajados. Para isso é necessário à expansão do diálogo, o autoconhecimento, o desenvolvimento da empatia, a valorização da criatividade e da simplicidade na resolução de problemas e conflitos.
  • Na física, desenvolve, direciona e preserva a energia corporal, o poder para cada um, no sentido de ensinar a identificar o seu estado atual, e contar com ferramentas e mecanismos para administra-lo de forma equilibrada, poupando assim energia física e emocional.
  • Na espiritual o cultivo do pensamento positivo nos permite alcançar a fé, que surge como magia, como um milagre do pensamento.

Pensamento é energia e, onde ela existe, há vida, força de vontade, motivação, entusiasmo. Aquilo que nos faz fazer!

Torna-se necessário que a escola realmente perceba que a sociedade não é mais a mesma, e assuma o seu papel atual, perante essa nova realidade na busca de formar cidadãos críticos, participativos e atuantes, orgulhosos de seu saber, capazes de solidarizar com o mundo exterior e serem capazes de enfrentar o mundo do trabalho como realização profissional através de atitudes de humanização e respeito ao próximo.

Esse engajamento é fundamental para que tenhamos uma gestão e uma educação mais voltada para as chamadas competências do século 21.

Maria Teresa Fernandes
Consultora Educacional, Psicopedagoga e mestre em Economia Empresarial

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