Crise econômica e inadimplência escolar. Entenda o cenário das escolas brasileiras

Crise econômica e inadimplência escolar. Entenda o cenário das escolas brasileiras

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A inadimplência escolar continua crescendo em função da crise econômica e do desemprego. Nas escolas particulares, isso ocorre em todos os níveis da educação, desde o infantil até o das faculdades. São índices generalizados, só comparáveis aos da crise econômica de 2009.

É um grande desafio para o gestor manter a qualidade do ensino em um ambiente tão difícil. Entretanto, com muita criatividade e empenho, têm surgido as mais diversas soluções para manter a educação num patamar de alta qualidade. Praticar descontos nas mensalidades é uma delas. Ou, ainda, garantir uma matrícula mais em conta em 2016 para os alunos que coloquem em dia as mensalidades em atraso.

A situação afeta especialmente os estabelecimentos de ensino onde o preço da mensalidade escolar é mais acessível. A explicação, nesse caso, é de que a maioria dos pais da nova classe C que puderam matricular os filhos em escolas particulares tiveram que levá-los de volta para uma escola pública.

O Estado de São Paulo fechou 2014 com uma taxa média de 7,66% de inadimplência escolar, segundo o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp). No último mês de julho, essa inadimplência chegou a 8,37% contra a taxa de 7,31% ocorrida em julho de 2014.

Na cidade de São Paulo, em julho, o índice atingiu 13,70%, bastante superior aos 9,70% que já havia alcançado em junho. Em julho de 2014, a taxa que mede a falta de pagamento das mensalidades escolares era de 8,35% na capital paulista. Só para demonstrar a similaridade dos dados atuais com os dados de 2009, naquele ano, na cidade de São Paulo, a mesma taxa foi de 13,40% no mês de julho e atingiu 14,30% em setembro.

Voltaremos a 2009?

Será que estamos caminhando para atingir um índice de inadimplência superior a 14% em setembro? Desejamos que não, obviamente. Mas a tendência da curva, infelizmente, é essa. Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sieeesp, acredita que a situação está vinculada à alta do desemprego e, portanto, somente uma reversão desse quadro restabeleceria a normalidade de pagamentos nas escolas.

A crise da inadimplência escolar não se restringe a São Paulo. Segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a inadimplência nacional no pagamento de mensalidades escolares já chegou a 19% este ano. Para a entidade, isso representa mais do que o dobro em comparação com 2014, quando era de 8%.

Em Minas Gerais, o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG) aponta o registro de taxas de inadimplência em algumas escolas de Belo Horizonte de até 50%. Para Emiro Barbieri, presidente da entidade, o problema afeta especialmente as famílias que haviam ingressado recentemente na classe C.

O jornal Correio de Uberlândia, em pesquisa realizada no início de setembro, em quatro escolares, constatou que a alta da inadimplência está variando entre 25% e 100% na cidade, este ano, na comparação com os dados de 2014. (http://correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/aumento-da-inadimplencia-nas-escolas-de-uberlandia-chega-a-100/).

As soluções atuais

Em seu portal, o Sieeesp observa que os gestores educacionais devem permanecer muito atentos a seus sistemas de gerenciamento de cobrança, mas que, ao mesmo tempo, não podem se esquecer das normas determinadas pela lei federal 9.870/1999, que trata dos contratos escolares nas escolas particulares. Isso significa que não pode haver qualquer constrangimento ao aluno no tocante às cobranças e as escolas apenas poderão não aceitar dos inadimplentes a renovação de matrícula relativa a 2016.

Dessa forma, as alternativas são mesmo a de aperfeiçoar cada vez mais os sistemas de gestão escolar para manter rigorosamente em dia as cobranças, dentro das determinações legais e de forma automática. Além disso, usar a criatividade para facilitar a diminuição da inadimplência, como uma política de descontos, por exemplo.

A implantação de um sistema de gestão escolar é um ótimo aliado nessa hora de crise econômica. Garante o acesso online, e de maneira segura, a um painel de controle, compartilhado com o pessoal de finanças, que asseguram uma visão instantânea do andamento das cobranças necessárias. É possível, ainda, controlar, simultaneamente, todas as unidades do grupo de ensino, bem como todos os documentos emitidos pela escola.

A mídia está bastante atenta ao problema assim como os órgãos de defesa do consumidor e os direitos dos pais e alunos têm sido divulgados rotineiramente. As escolas devem, portanto, agir rigorosamente dentro da lei, para que não incorram em infrações desnecessárias e somente sistemas automáticos de gestão escolar podem garantir que não haja falhas.

Vivemos um momento de crise econômica, quando a inadimplência escolar é apenas uma das manifestações dessas dificuldades generalizadas. Nesse cenário é que os bons gestores se destacam e mostram que, apesar das adversidades, é possível ensinar com qualidade e manter a escola em pleno funcionamento. É claro que em um cenário desfavorável alterações e adaptações serão necessárias, mas, quanto mais organizada estiver a situação financeira da sua escola, menos ela sentirá os efeitos da crise. Por isso invista, replaneje, organize e faça as mudanças necessárias agora para que este momento desfavorável seja ultrapassado, como ocorreu em 2009.

E você, o que tem feito para minimizar os efeitos da crise econômica em sua escola? Compartilhe conosco. 

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