Como dar feedbacks que realmente ajudarão os alunos a aprender

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Dizer ao aluno que o resultado do seu trabalho “está ótimo” ou “você precisa trabalhar um pouco mais” podem ser considerados feedbacks. E sabemos o quanto tais afirmações são comuns no ambiente escolar. No entanto, será que tais feedbacks ajudam o aluno a aprender e orientam sobre o caminho que ele deve seguir da próxima vez?

Ao contrário, se o professor disser a ele que “está muito bom porque você captou a essência do tema e, ainda, acrescentou a sua opinião”, não soa muito melhor? Ou, ainda, se orientá-lo informando que “ talvez ele não tenha encontrado essa essência e, portanto, sua opinião acabou sendo um pouco prejudicada”? Com certeza, nesses dois casos, o professor está indicando o caminho a seguir da próxima vez, não é mesmo?

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A importância de especificar o feedback

Dar ao estudante um feedback que realmente fixe o aprendizado e, ao mesmo tempo, o ajude a aprender mais é um atributo dos bons professores. Como você se vê diante dessa afirmação? Apenas emite um elogio ou diz para trabalhar mais, ou procura de fato especificar seu feedback?

De acordo com o grande educador americano Grant Wiggins , existem sete características que compõem um bom feedback para auxiliar o aluno a aprender: 1) Vinculado a objetivos; 2) Clareza; 3) Praticidade; 4) Amigável; 5) Na hora certa; 6) Conectado; 7) Consistente.

Vamos analisar cada uma dessas características juntos?

1)     Feedback vinculado a objetivos: Não se trata de metas imediatistas do tipo tirar uma nota alta, mas sim mostrar ao estudante, por exemplo, que se ele vai bem em gramática ou em textos, poderá pensar em vir a ser um jornalista ou um escritor. Mostrar a importância de se aplicar aos estudos daquilo que, no momento, pode parecer desinteressante;

2)     Clareza: Quando o professor diz apenas que “está ótimo” ou “precisa trabalhar um pouco mais”, o estudante fica no terreno do ‘achismo’, não sabe porque foi bem-sucedido ou por qual motivo precisa dedicar-se um pouco mais. Transparência, na hora do feedback, é de suma importância para o avanço do aprendizado;

3)     Praticidade: Um bom feedback precisa ser prático. O aluno deve entender até que ponto chegou e qual é exatamente o próximo passo. Se ele ouvir o feedback e souber o que fazer no momento seguinte, é certo que você conseguiu passar um feedback adequado e seu aluno se sentirá realmente orientado em relação ao passo seguinte do aprendizado;

4)     Amigável: É claro que a linguagem que você deve usar ao passar o seu feedback, seja escrito, seja diante do aluno, deverá ser familiar e amistosa. Nada é mais desalentador do que um aluno chegar ao professor e perguntar o que ele quis dizer com o que escreveu em sua prova. Se está difícil explicar por escrito, é melhor colocar um “Conversamos depois” e de fato cumprir a promessa. É preciso checar se o feedback foi entendido e nada é melhor do que fazer isso pessoalmente;

5)     Na hora certa: A expectativa do aluno em relação ao feedback começa imediatamente após a apresentação dos resultados do seu aprendizado.  Se o professor quiser mesmo efetuar um feedback vinculado ao avanço desse aprendizado, terá que fazê-lo o mais rapidamente possível. Se apresentar novos conteúdos no intervalo, antes do feedback, o aluno seguirá em frente sem saber se o que apresentou estava correto ou não e o conhecimento é cumulativo;

6)     Conectado: Se o professor realmente compreende a importância do feedback para o avanço do aprendizado, saberá que o feedback deve estar conectado a cada um dos passos do ensino. Somente orientando o aluno, ele conseguirá avançar com segurança. A pior coisa que pode acontecer é a perpetuação de um erro de interpretação por parte do estudante, simplesmente porque não foi alertado no momento devido;

7)     Consistência:  Uma característica essencial de um bom feedback é a sua consistência. Quanto maior ela for, mais fácil se tornará a compreensão por parte do aluno. Se houver hesitação, ou pior, se houver alguma contradição entre um feedback e outro, o estudante se sentirá perdido, sem saber que rumo seguir. Como ninguém é infalível, diante da necessidade de rever algo dito antes erroneamente, faça-o com firmeza e admita que você se equivocou na hora de expor.

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