Como assegurar que todas as turmas tenham boas situações de aprendizagem

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Entre as principais atribuições do coordenador pedagógico, está a de refletir sobre como os professores devem atuar para propiciar aos alunos boas situações de aprendizagem. Mais ainda, a de assegurar que todas as turmas da escola tenham acesso a essas situações e delas se beneficiem. O questionamento inicial do coordenador deve partir da constatação, comum na maioria das escolas: por que algumas turmas apresentam melhor desempenho do que outras, sendo que a base curricular é a mesma para todos?

Vamos tomar como exemplo situações didáticas para o ensino de matemática na educação infantil, onde as crianças estão se iniciando na aprendizagem da série numérica e das operações básicas de soma e subtração. Em algumas salas, ocorre a simples recitação dos números, desvinculada de qualquer contexto de realidade vivenciada pelos alunos em seu dia a dia. As crianças demonstram cansaço e enfado, enquanto repetem as operações solicitadas.

Já em outras classes, a imersão nos raciocínios sobre adição e subtração ocorre em jogos de tabuleiro, a maioria preparados pelos próprios professores com material emborrachado EVA (edil vinil acetato), em cores bonitas e vibrantes. Sobre o tabuleiro, o desenho sinuoso de casas, com a última delas assinalando o FIM. Os marcadores são tampinhas de garrafa ou peças também feitas de EVA. No mais, um dado comum de seis faces. O objetivo para os alunos é atingir o FIM, após o percurso da sequência de operações, seja de adição, seja de subtração.

Quais dessas turmas estariam vivenciando boas condições de aprendizagem? Como equalizar essas situações didáticas visivelmente enriquecedoras? O trabalho do coordenador deverá ser uma abordagem geral aos professores de uma mesma série, em relação à didática utilizada para o tratamento de um mesmo tema. Ao final, sem que nenhum professor em particular seja exposto, todos se enriquecerão com as propostas trazidas por aqueles professores capazes de proporcionar aos alunos vivências de aprendizagem mais interessantes.

Jogo x Ensino

Antes de você convocar os professores para essa oficina de didática, no entanto, será bom refletir um pouco. Como coordenador pedagógico, você sabe que o uso de jogos em aulas de matemática, bem como de outras disciplinas, leva a criança a participar ativamente do processo de aprendizagem, facilitando que estabeleça novas relações e significados. Mas será que o uso de jogos, por si só, pode assegurar boas condições de aprendizagem?

O recurso tem evoluído nas últimas décadas e, na maioria dos estudos, comprova ser uma excelente ferramenta de aprendizagem, tanto prazerosa quanto efetiva. No entanto, a sua grande questão está vinculada ao tipo de abordagem que as atividades lúdicas podem trazer para a sala de aula, bem como sua adequação ao currículo escolar.

Ana Flávia Alonço Castanho, uma das selecionadoras do Prêmio Victor Civita na área de Matemática, pondera, por exemplo, que a diferença entre o uso de jogos no meio social e nas vivências escolares de aprendizagem está “na intencionalidade” do professor. Ele deve planejar atividades e intervenções didáticas a partir das estratégias de cálculo que já feitas, naturalmente, pelas crianças em suas jogadas. Isso significa que esse jogo não pode ser escolhido ao acaso; ele deve criar condições para que os alunos aprendam o conteúdo escolar.

(http://revistaescola.abril.com.br/formacao/palavra-de-especialista-jogo-lugar-aprendizagem-matematica-736504.shtml )

De acordo com a educadora, em seu planejamento, o professor deve se perguntar o que determinado jogo pode ensinar, qual é o conteúdo que ele destaca, e como esse conteúdo pode se inter-relacionar com as necessidades de aprendizagem daquele momento. Segundo ela, o jogo não pode ter um fim em si mesmo, ou seja, ele não se justifica no ambiente escolar somente pelos seus aspectos lúdicos. Ele precisa estar contextualizado no planejamento das aulas e, assim, auxiliar no desenvolvimento de estratégias que assegurem boas situações de aprendizagem, não somente para determinadas classes, mas para todas as turmas da escola.

A utilização de jogos em sala de aula não é a única forma de assegurar uma boa aprendizagem, mas, sem dúvidas, é um excelente exercício para que professores e gestores pensem em formas alternativas de apresentar o conteúdo do currículo às turmas para que tenham um melhor aproveitamento de todos os temas abordados. A busca pela melhoria da educação é um exercício constante e sua escola precisa invovar para estar sempre um passo a frente.

Então, está pronta para estimular os professores a movimentar mais as aulas para facilitar a aprendizagem de todos? Compartilhe sua opinião conosco!

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